A identificação de focos de gripe aviária no Brasil, mesmo que restritos a aves silvestres, naturalmente desperta preocupação. Toda a cadeia do agronegócio brasileiro entra em estado de alerta, principalmente o estratégico segmento de exportação de carne de frango.
Se você é empresário ou atua no comércio internacional, provavelmente está buscando compreender melhor os impactos desse cenário. Quais as medidas de contenção da gripe aviária estão sendo adotadas? E, mais importante, de que forma o Brasil está se articulando para resguardar um dos seus principais produtos de exportação? Este material detalhado busca elucidar o panorama atual, avaliar os desdobramentos e revisitar aprendizados essenciais de eventos sanitários anteriores.
O que inspira uma dose de tranquilidade neste momento é a resposta ágil e transparente do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Até meados de maio de 2025, os registros confirmados estão restritos a aves não domesticadas. Todos os esforços estão concentrados em manter uma barreira sanitária robusta. Essa barreira visa evitar a entrada do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em granjas comerciais.
Preservar o status de país livre de IAAP entre aves de criação é a missão central. Esse reconhecimento é a chave que abre as portas de mais de 150 mercados. Todos eles confiam na segurança alimentar e qualidade da avicultura brasileira!
A gripe aviária, ou Influenza Aviária, é causada por um vírus que afeta diversas espécies de aves. As aves afetadas são tanto silvestres quanto de criação, como galinhas, patos e perus. Entre os subtipos existentes, os de Alta Patogenicidade (IAAP), como o H5N1, representam maior perigo devido à sua elevada letalidade e impacto econômico.
A doença se propaga principalmente pelo contato direto com secreções respiratórias e excreções de aves infectadas. Também pode se disseminar via superfícies contaminadas — como água, ração, utensílios, roupas ou veículos. Aves aquáticas migratórias funcionam como hospedeiras naturais. Esses hospedeiros carregam o vírus por grandes distâncias, muitas vezes sem apresentar sintomas, e o introduzem em novos habitats.
Organismos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) mantêm vigilância constante sobre a situação. Isso mesmo com a baixa incidência de infecção em humanos, que geralmente ocorre apenas em situações de exposição intensa e prolongada.
No contexto das exportações, o grande ponto de atenção são os embargos comerciais que podem ser impostos ao frango brasileiro. Mesmo sem riscos significativos à saúde humana, tais medidas são adotadas para proteger a saúde animal dos países compradores.
Desde os primeiros registros da doença em aves silvestres o MAPA ativou seus planos de contingência. Esses registros ocorreram no Espírito Santo — e posteriormente em outros estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia.
As principais iniciativas incluem:
Vale ressaltar: até o presente momento (maio de 2025), não há registros da doença em aves de criação no Brasil. Esse dado é crucial. A ocorrência apenas em aves selvagens, conforme as normativas da OMSA, não é motivo automático para sanções comerciais amplas. O diferencial está na rapidez de resposta e na transparência.
Sendo o maior fornecedor global de carne de frango, o Brasil desempenha um papel central no abastecimento mundial. Em 2024, o setor movimentou bilhões de dólares e sustentou milhões de empregos. Qualquer obstáculo que afete esse fluxo de exportações tem repercussões expressivas.
Com a detecção do vírus em aves selvagens, alguns países compradores suspenderam temporariamente a aquisição de produtos avícolas oriundos de estados afetados.
A abordagem brasileira, alinhada às melhores práticas internacionais, busca negociar a regionalização desses embargos. Isso significa restringir a suspensão apenas à localidade diretamente impactada, em vez de comprometer o estado ou o país como um todo. A China, um dos maiores mercados, já foi formalmente consultada nesse sentido.
A maior preocupação é a possível entrada do vírus em granjas comerciais, o que poderia gerar restrições mais amplas e duradouras. Exemplos anteriores na Europa e nos Estados Unidos mostram que isso pode resultar em grandes abates e elevação dos preços locais.
O ministro da Agricultura afirmou que enquanto a produção industrial permanecer livre da doença, não há expectativa de aumento significativo nos preços internos.
Neste cenário, exportadores devem considerar ajustes estratégicos, incluindo a diversificação de mercados. Ferramentas como a B2Brazil podem ser um excelente ponto de partida para explorar novas oportunidades e se conectar com compradores globais. Dessa forma sua empresa pode mitigar riscos associados a mercados específicos.
O agronegócio brasileiro já enfrentou diversos desafios sanitários e construiu uma trajetória de superação baseada em vigilância e colaboração.
Um exemplo emblemático é a luta contra a Febre Aftosa. Durante décadas, foi uma das maiores ameaças à pecuária. O Brasil obteve reconhecimento como livre da doença com e sem vacinação, conquistando mercados importantes. Isso graças a campanhas de vacinação em massa e à coordenação entre produtores e órgãos públicos.
Outra experiência relevante foi a questão da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “Mal da Vaca Louca”. O Brasil nunca registrou casos clássicos da doença, apenas ocorrências atípicas em animais idosos e sem impacto à saúde pública. Mesmo assim, alguns países reagiram com embargos temporários. A resposta brasileira — rápida, fundamentada cientificamente e comunicada com clareza — foi determinante para restaurar a confiança e reabrir os mercados.
O país também se destacou ao resolver rapidamente incidentes pontuais, como não conformidades identificadas em cargas específicas. Em todas essas situações, o segredo esteve na agilidade investigativa, correções imediatas e no diálogo transparente com os importadores.
Essas experiências, grandes e pequenas, ensinaram ao Brasil a importância de:
Entender as nuances de cada mercado, especialmente em momentos de crise, é fundamental. A inteligência cultural em negociações internacionais pode ser um diferencial para explicar o contexto brasileiro e manter a confiança dos importadores.
A principal barreira contra a entrada do vírus da gripe aviária em granjas comerciais é a adoção rigorosa de práticas de biosseguridade avícola. Trata-se de um conjunto de medidas cotidianas voltadas à prevenção da entrada e disseminação de agentes infecciosos.
Entre as ações fundamentais estão:
A aplicação correta dessas práticas é uma responsabilidade conjunta de técnicos e produtores. Essa vigilância constante assegura a reputação da avicultura brasileira como uma das mais seguras do mundo.
O combate à gripe aviária no Brasil não é uma responsabilidade exclusiva do governo. Entidades representativas atuam lado a lado com o Ministério da Agricultura em ações voltadas à gripe aviária. Um exemplo dessas entidades é a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Juntos, alinham medidas, compartilham orientações e reforçam continuamente a adoção de práticas seguras na produção.
Instituições científicas também são peças-chave no sistema de vigilância sanitária. Elas contribuem com avanços em técnicas diagnósticas e desenvolvem estudos que ajudam a entender a propagação do vírus. Essa articulação entre ciência, governo e setor privado é decisiva para garantir uma resposta eficiente e coordenada.
Empresas interessadas em se destacar, especialmente nos mercados mais exigentes como o dos Estados Unidos, precisam compreender os requisitos regulatórios envolvidos. Informações sobre como obter o registro no FDA para exportar para os EUA podem ser um passo importante na diversificação e conformidade.
A gripe aviária é um desafio que ultrapassa fronteiras. Potências exportadoras como os EUA, países europeus e nações da Ásia também enfrentam surtos com frequência, e os impactos, muitas vezes, são significativos.
Cada país adota abordagens diferentes diante das ocorrências, e as reações do comércio global também variam. Diante disso, contar com uma boa base de inteligência de mercado se torna indispensável.
Entender como funcionam os fluxos globais de oferta e demanda pode ajudar as empresas brasileiras. Isso permite que elas se antecipem e planejem melhor. Também é importante compreender as regulamentações sanitárias internacionais e até as consequências de tensões geopolíticas, como a guerra comercial entre EUA e China!
Nesse contexto, realizar uma pesquisa de mercado aprofundada para exportação não é apenas uma vantagem — é uma necessidade estratégica.
O atual cenário da gripe aviária no Brasil requer atenção redobrada e um esforço conjunto entre todos os envolvidos. No entanto, o Brasil já demonstrou capacidade de superar crises sanitárias. Isso, sustentado por um sistema de defesa agropecuária bem estruturado e por uma colaboração sólida entre os setores público e privado.
Para os exportadores, este é um período para:
Apesar das dificuldades, o Brasil segue como ator central na segurança alimentar global. Com as estratégias certas, podemos reduzir os efeitos da gripe aviária. Assim, podemos continuar a crescer nas exportações de carne de frango.
A força do setor está justamente na sua capacidade de prevenir, reagir com rapidez e se adaptar a novos cenários. Essas são as características que consolidam o protagonismo do agronegócio brasileiro no mundo!
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